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  • AgendaFachada da Capela do Morumbi é reproduzida por Laura Belém

    voltar para a agenda9/5/15 | sábado

    (Foto: Everton Ballardin) 
     
    Por Gabriel Fabri
     
    Na década de 1940, o arquiteto modernista Gregori Warchavchik ergueu, sob ruínas de taipa de pilão, a Capela do Morumbi, monumento que nunca funcionou de fato como um santuário. “A interpretação do local como sendo uma capela, respeitando totalmente as ruínas, me parece singela e genial”, comenta a artista plástica Laura Belém, que reconstrói a fachada de alvenaria desse patrimônio histórico na exposição “Anekdota”. A intervenção, que traz a fachada e outros elementos do lado externo da Capela, como a grama e algumas plantas do jardim, para o seu interior, é inaugurada no dia 9 de maio e fica aberta para visitação até o dia 30 de agosto.
     
    Laura explica que a exposição cria uma poética a partir da ausência de memória do local, uma vez que não existem registros históricos da origem das ruínas. “Por isso, a relação entre a palavra ‘anedota’ e a história da Capela, para mim, é total”, afirma. Do grego “Anekdota”, termo que dá nome à exposição, a palavra significava originalmente “o que não foi publicado”. Uma vez que uma anedota é uma narrativa inconclusiva, por ser de cunho oral, a artista relaciona sua obra com a ausência de documentos da Capela. “Com isso, o trabalho reafirma a subjetividade da história”. 
     
    A instalação trabalha com a ideia de subversão dos espaços externo e interno da Capela. “A grama e a vegetação plantadas dentro do local contribuem para alterar a nossa percepção do interior, na medida em que nos transportam para um ambiente externo, ou para um lugar onde as margens entre o que está dentro e o que está fora foram borradas, quase passando a inexistir”, explica Laura. Já a fachada do local, reproduzida no nível do solo pela artista, funciona como uma espécie de espelho. “Interessava-me a essa reprodução como um recurso de metalinguagem, a criação de uma cena dentro da outra, de narrativas que se sobrepõem como no cinema”, afirma.