Além de pinturas e cerâmicas que a artista já vem desenvolvendo, haverão novos trabalhos em aquarela e colagens.
Texto Crítico da exposição:
“Pinturas abstratas são modelos fictícios porque elas tornam visível uma realidade que não podemos ver e nem descrever, mas cuja existência nós podemos sugerir.” Gerhard Richter
Em Élan Vital, Valéria Weber celebra a tinta como meio artístico, não esconde as pinceladas usadas na formação da imagem e a importância das cores como forma de expressão.
Se anteriormente Valéria se mostrava interessada em expressar nas suas pinturas a natureza e o bem-estar por ela proporcionado, em Élan Vital nota-se que seu o processo artístico passou também a incorporar outros temas, transpassando os conceitos de abstrato e figurativo para se tornar um instrumento de expressão pessoal onde a sobreposição de camadas de tinta, uso de cores e traçado de formas acaba por criar contextos que podem parecer únicos, mas que, na verdade, estão sujeitos à múltiplas interpretações. Ela mesma explica: “não tenho interesse em retratar o que vejo, mas sim o que sinto…de brincar com as cenas reais de forma a fantasiar através das cores e formas”. Em pinturas como “Pavônia” ou “Bálsamo”, inspirada pela natureza ou por acontecimentos do seu dia-a-dia, Valéria mostra como cores e formas podem ser usadas para exprimir estados de espírito onde o feminino e o sensual também estão presentes.
Mostrando a sua versatilidade para trabalhar com outros meios e materiais, Valéria coloca essa mesma energia nas cerâmicas manuais feitas em barro branco e na sua série de aquarelas e colagens. A artista representa o natural colocando, de forma lírica e rica em textura, a cor em destaque.
Patrícia Bonchristiano – Oxford University/ Courtauld Institute of Art